A morte de Ana Luiza Silva Gomes, de 12 anos, chocou a cidade de Belo Horizonte, na Capital de Minas Gerais. A menina foi encontrada sem vida na calçada do bairro Bela Vitória, na região Nordeste, na manhã de terça-feira (16). Um homem de 25 anos, que já tinha passagens por furto, tráfico e estupro, foi preso em flagrante pelo crime de homicídio qualificado.
A vítima foi velada na quarta-feira (17 de janeiro de 2024), no Cemitério da Saudade, na região Leste, e sepultada às 14h. Amigos e familiares se despediram da menina, que era descrita como carinhosa e criada pelo pai. Um tio da adolescente lamentou a impunidade no país e disse que o suspeito era reincidente:
“O rapaz que cometeu a situação, até então, é reincidente”, afirmou.
O suspeito, que não teve o nome divulgado, tentou enganar a polícia e alegou que não conhecia a vítima. Ele disse que estava no campo de futebol do bairro Nazaré e que encontrou com Ana Luiza, que estava inalando loló, uma droga feita com clorofórmio e éter. Ele afirmou que ela pediu água e que ele a levou para a sua casa, na rua Marrocos Filho.
Lá, segundo ele, ela continuou usando a droga e passou mal. Ele disse que saiu com ela para a rua e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Ele contou que uma pessoa que passava pelo local fez massagem cardíaca na menina até a chegada do socorro.
Segundo informações da rádio Itatiaia, no entanto, essa versão foi desmentida pelo boletim de ocorrência, pelas câmeras de segurança e pela perícia. As imagens mostraram que o suspeito levou a menina para a sua casa por volta de 10h13 e saiu três horas depois, com uma roupa diferente, deixando o corpo dela no passeio da casa, sem prestar socorro.
O boletim de ocorrência também registrou que o suspeito retirou a vítima aparentemente desacordada de dentro da residência, alterando o local do crime. O médico do Samu informou que a menina já estava com o queixo rígido, o que indica que ela morreu muito tempo antes da ligação para o Samu.
A perícia não encontrou nenhum frasco de loló na casa do suspeito, mas achou resquícios de outras drogas e um preservativo usado. O corpo da menina foi levado para o IML para fazer o exame de necropsia.
A Polícia Civil informou que o suspeito foi ouvido e autuado pelo crime de homicídio qualificado e que ficou à disposição da Justiça. As investigações continuam pelo Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e nenhuma linha investigativa é descartada.