Dono e funcionário da oficina foram indiciados pela morte dos jovens de Minas dentro de BMW

Por Redação Agito Mais

Defesa alega que peça foi feita por terceirizada. Vítimas vieram de Minas Gerais para passar o Ano Novo na cidade.
Defesa alega que peça foi feita por terceirizada. Vítimas vieram de Minas Gerais para passar o Ano Novo na cidade. Foto = reprodução/divulgação redes sociais.
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Um caso trágico e chocante marcou o início do ano em Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina. Quatro jovens, que sairam de Minas Gerais para celebrar o Ano Novo na cidade, foram encontrados mortos dentro de uma BMW na rodoviária, na manhã do dia 1º de janeiro. A causa da morte foi asfixia por monóxido de carbono, um gás tóxico e inodoro que vazou do escapamento do veículo.

As vítimas foram identificadas como Gustavo Pereira Silveira Elias, 24 anos, Tiago de Lima Ribeiro, 21, Karla Aparecida dos Santos, 19, e Nicolas Koyaleski, 16. Eles foram socorridos pelo Samu, mas não resistiram. A perícia constatou que a concentração de monóxido de carbono dentro do carro era de 1.000 ppm (partículas por milhão), quando o normal é de 20 a 30 ppm. Essa quantidade é suficiente para provocar inconsciência e levar à morte em até duas horas.

A investigação da Polícia Civil revelou que o carro foi modificado em uma oficina de Aparecida de Goiânia (GO) em julho de 2023. O dono da oficina, de 35 anos, e um funcionário, de 48 anos, foram indiciados por quatro homicídios culposos, quando não há intenção de matar. Segundo a polícia, eles instalaram uma peça no carro que substituiu o catalisador, um dispositivo que reduz a emissão de gases poluentes. A peça foi “produzida e montada de forma precária e divergente dos padrões de qualidade do fabricante”, diz a polícia.

A defesa da oficina nega que a modificação tenha causado a morte dos jovens. O advogado David Soares afirma que a troca de escapamento foi feita por uma empresa terceirizada, mas não informa o nome, nem quando ou onde a peça foi fabricada ou adquirida. Ele diz que a oficina é uma loja de “estética automotiva”, que faz serviços como “lavagem especial, micro pinturas, entre tantos outros”.

Segundo o jornal O Tempo, o caso foi esclarecido em uma coletiva de imprensa na sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública, em Florianópolis, no dia 12 de janeiro de 2024. Participaram do encontro o secretário-adjunto Freibergue Rubem do Nascimento, o delegado-geral de Polícia Civil em SC, Ulisses Gabriel, a perita-geral da Polícia Científica do Estado, Andressa Boer Fronza, além de representantes do Samu, da Divisão de Investigação Criminal de Balneário Camboriú, do Instituto Médico Legal e peritos que ajudaram na investigação.

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