Policial é sentenciado a 12 anos por homicídio doloso; ainda cabe recurso

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Hugo Avelino

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Em um veredito que ressoa nas questões de justiça e uso da força policial, o tenente Ícaro José de Souza, acusado de disparar fatalmente contra Igor Mendes, foi condenado a 12 anos de prisão. O julgamento, que durou aproximadamente 12 horas, culminou com a decisão dos jurados de validar a acusação de homicídio doloso.

O caso, que se desenrolou sob os olhares atentos do juiz Aderson Antônio de Paulo e de um júri composto por sete membros, envolveu o depoimento de sete testemunhas. A acusação apresentou cinco delas, enquanto a defesa contou com duas. O réu, após ser interrogado por quase uma hora, teve sua sentença debatida em um intenso confronto de argumentos que durou três horas, divididas entre acusação, defesa e as respectivas réplicas.

O Ministério Público, enfatizando a premeditação do ato, impôs a tese de homicídio doloso, adicionando o agravante de um motivo considerado fútil. Em contrapartida, a defesa pleiteou a absolvição, alegando legítima defesa e apontando para um conjunto de circunstâncias que teriam levado ao trágico desfecho.

O incidente remonta a 15 de setembro de 2017, quando Igor Arcanjo Mendes foi baleado em uma abordagem policial próximo ao Morro da Forca, em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais. caminho de um show. A versão oficial da Polícia Militar indicava desobediência à ordem de parada e um gesto abrupto de Igor como justificativa para o disparo. No entanto, essa narrativa foi veementemente contestada por familiares e amigos, que defendiam a inocência e a não ameaça representada pelo jovem.

A sentença permite recurso em liberdade, mas já estabelece um precedente significativo no que tange à responsabilização de ações policiais e à busca por justiça em casos de violência institucionalizada.

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