O ano de 2024 foi marcante para o município de Ouro Preto, na região central de Minas Gerais, no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Pela primeira vez, cerca de 70% dos recursos destinados à alimentação escolar foram aplicados na aquisição de alimentos provenientes da agricultura familiar local, representando um avanço expressivo em relação a 2021, quando o índice era de 0% devido às restrições da pandemia.

O secretário municipal de Agropecuária, Sebastião Bonifácio, celebrou o resultado como fruto de um esforço conjunto e planejamento estratégico. Segundo ele, o foco no planejamento foi essencial para conectar as demandas das escolas aos agricultores locais.

“Levamos para o produtor as necessidades específicas das escolas, o que permitiu que eles plantassem exatamente o necessário para atender à demanda. Essa organização garantiu segurança e eficiência ao longo do ano”, explicou.

Além de promover uma alimentação saudável e de qualidade para os estudantes, o programa é uma ferramenta essencial para fortalecer a economia rural. O PNAE tem como objetivo principal inserir pequenos agricultores no mercado, oferecendo suporte técnico e oportunidades para que se mantenham no campo. Wagner Pereira, representante da unidade da Emater em Ouro Preto, destacou:

“É um compromisso do governo. Através do programa, estamos gerando emprego, melhorando a qualidade de vida das famílias rurais e garantindo alimentação nutritiva para nossas crianças”.

Parcerias estratégicas e práticas sustentáveis

O sucesso do programa em 2024 contou com a colaboração de parceiros fundamentais, como a Emater e a Secretaria de Educação. Sílvia Teixeira, secretária-adjunta, destacou o papel das equipes envolvidas no planejamento e execução do programa.

“O trabalho em conjunto foi essencial para atingir esses resultados. A parceria com a Emater e o suporte técnico da Secretaria de Agropecuária fizeram toda a diferença”, afirmou.

Outro ponto de destaque foi a adoção de práticas agroecológicas pelos agricultores, com lavouras livres de produtos químicos. Essa abordagem sustentável não apenas protege o meio ambiente, mas também garante alimentos mais saudáveis para os alunos e segurança para os produtores.

“É uma prioridade produzir com qualidade e sem impactos negativos para a saúde das pessoas. Estamos promovendo um ciclo virtuoso entre o campo e as escolas”, ressaltou Sebastião.

Um avanço importante no programa foi a inclusão de alimentos sem glúten e sem lactose, atendendo às necessidades de alunos com restrições alimentares. Para garantir a segurança alimentar, as escolas municipais que precisam fornecer esses alimentos devem apresentar um laudo médico comprovando a necessidade do aluno. Essa medida assegura que as crianças com intolerâncias ou alergias alimentares recebam opções adequadas e seguras.

Projeções otimistas para 2025

Com o sucesso de 2024, o município já planeja novos avanços para 2025. A meta é alcançar 100% dos recursos do PNAE aplicados na agricultura familiar. Para isso, a Secretaria de Agropecuária pretende intensificar o planejamento, expandir o suporte técnico aos agricultores e aprimorar os cronogramas de entrega.

Há ainda a expectativa de superar os investimentos deste ano, com a projeção de destinar até R$ 1,5 milhão para a compra de alimentos de agricultores locais.

“Isso representa não só uma oportunidade de crescimento econômico para as famílias rurais, mas também a continuidade de uma alimentação escolar cada vez mais nutritiva e saudável”, apontou Sebastião Bonifácio.

Benefícios para além das escolas

Os impactos positivos do programa vão além das salas de aula. O fortalecimento da agricultura familiar contribui diretamente para a fixação dos agricultores no campo, gerando emprego, renda e promovendo a valorização das comunidades rurais.

“Estamos criando um ambiente onde o agricultor pode produzir com dignidade, sabendo que seu trabalho tem um impacto direto na qualidade de vida das crianças e no desenvolvimento do município”, concluiu Sebastião.

Ouro Preto segue mostrando que, com planejamento e parcerias sólidas, é possível transformar políticas públicas em ações efetivas que beneficiam toda a comunidade. O desafio agora é manter e expandir esses avanços, garantindo que o sucesso de 2024 seja apenas o início de uma trajetória de crescimento sustentável.