Na tarde desta quinta-feira (10 de abril de 2025), por volta das 14h40, uma operação conjunta da Guarda Civil Municipal de Itabirito e a Comissão de Proteção à Fauna, deslocou-se até o distrito de Água Limpa, em Itabirito, região central de Minas Gerais, para averiguar uma denúncia anônima de maus-tratos a animais.

No local, os agentes foram recebidos por uma mulher identificada pelas inicias A.H.O., responsável pela residência. Com autorização para entrada, a equipe constatou uma situação alarmante no quintal: cerca de 15 porcos, 1 vaca, 3 gatos e aproximadamente 30 galinhas, todos sem acesso a água e alimentação.

Durante a inspeção, foi solicitado que a moradora oferecesse água aos animais, o que foi feito imediatamente. No entanto, a situação mais grave foi constatada logo em seguida: um cachorro de cor bege foi encontrado morto, pendurado no muro da casa, enforcado pela própria corrente. A moradora afirmou que havia alimentado o animal naquela manhã, mas o estado do corpo — já inchado, com rigidez cadavérica e larvas saindo da boca — indicava que a morte teria ocorrido há dias. Além disso, a denúncia recebida no dia anterior já relatava esse mesmo cenário.

Ao ouvir barulhos suspeitos dentro da casa, semelhantes a grunhidos e correntes sendo arrastadas, os agentes decidiram adentrar a residência. No interior, foram localizados 6 cachorros presos com correntes curtas, semelhantes à usada no animal morto. Todos foram resgatados pela Comissão e encaminhados ao canil municipal de Itabirito.

Ainda durante a ação, 5 aves foram apreendidas: 1 papagaio, 1 pássaro silvestre de cor preta e 3 calopsitas, mantidas todas em uma mesma gaiola, em condições precárias. Questionada sobre a autorização para criar os animais silvestres, Ademir informou que não possuía licença. Também foram encontradas galinhas mortas no galinheiro, conforme imagens registradas.

O caso gerou a abertura de um Protocolo de Perícia em Bem-Estar Animal (PPBEA) pela Secretaria de Saúde. A mulher, que demonstrou resistência durante a abordagem, foi convencida a acompanhar os agentes até a delegacia, sem necessidade do uso de algemas. Antes da condução, ela foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Celso Matos Silva, na mesma cidade.

A ocorrência foi registrada na Delegacia de Polícia Civil de Ouro Preto, onde a suspeita poderá responder por crime de maus-tratos a animais e por manter animais silvestres ilegalmente em cativeiro.