A Igreja de Nossa Senhora do Rosário, localizada em Itabirito, na região Central de Minas Gerais, é uma das mais antigas e importantes do Brasil, datando do século 18. No entanto, o templo está ameaçado de ruir por causa de problemas estruturais que se agravam desde 2010. Em agosto de 2022, uma parte do forro do altar-mor caiu, evidenciando a urgência de uma intervenção.
Segundo o portal Estado de Minas, o padre Miguel Ângelo Fiorillo, que cuida do santuário há 40 anos, afirma que já conseguiu arrecadar R$ 5 milhões para a reforma, mas que depende da autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que tombou a igreja em 1955. Segundo ele, o processo está parado no órgão há muito tempo, sem previsão de liberação:
“Temos de fazer com urgência uma obra entre a sacristia e o altar-mor. O dinheiro só é liberado depois do posicionamento do Iphan. A igreja está para cair, desabar”, alerta.
O padre diz que já apresentou ao Iphan um projeto elaborado pela empresa W3, especializada em obras do século 18, que custou R$ 267 mil, mas que ainda não recebeu a aprovação. Ele reclama da burocracia e da falta de agilidade do órgão, que coloca em risco um patrimônio histórico e cultural de Minas e do Brasil:
“Temos dinheiro e não conseguimos começar a obra. Minha preocupação é que, com a demora, o preço do material e da mão de obra aumente”, lamenta.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) se pronunciou em nota sobre o caso da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, o órgão informou que está analisando o projeto de restauração arquitetônica da igreja, que foi tombada em 1955 e é uma das mais antigas e importantes do Brasil.
Segundo o Iphan, o projeto foi recebido em dezembro de 2022 e comunicado aos interessados em maio de 2023 sobre a necessidade de complementações, que foram apresentadas em outubro de 2023 e ainda estão em análise. O órgão também disse que está analisando o projeto de acompanhamento arqueológico, que foi protocolado em outubro de 2023.
O Iphan ressaltou que, além do processo de análise de proposta arquitetônica, existe um processo de fiscalização correlato, em razão dos danos provocados sobre trechos das sacristias e presbitério, que também está sob análise. O órgão não deu prazo para a conclusão das análises e a liberação da obra, que já tem recursos garantidos pelo padre Miguel Ângelo Fiorillo, responsável pelo santuário há 40 anos.