Em um evento marcante para o Mês das Mulheres, o Centro de Referência e Acolhimento (CRA) LGBT+ de Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, liderou um debate enriquecedor intitulado “O que é ser mulher? Reflexões para além da cisheteronormatividade”. A discussão, aberta à comunidade, foi realizada na última quarta-feira, 20 de março, sob a iniciativa da Prefeitura Municipal.
A mesa redonda contou com a participação de Ashley Ribeiro, coordenadora do CRA LGBT+, Anayra Alcântara, pedagoga da instituição, e Flávia Máximo, professora de Direito e coordenadora da Ouvidoria Feminina da UFOP. Juntas, elas conduziram uma reflexão profunda sobre a identidade feminina, abordando aspectos sociais, institucionais e biológicos.
O debate se distanciou dos temas tradicionais associados ao Dia da Mulher, como beleza e maternidade, e focou na desconstrução social do gênero feminino. As palestrantes discutiram como as definições de gênero são moldadas por visões biológicas, psicanalíticas, bíblicas, societárias e até mesmo pela inteligência artificial.
Anayra Alcântara destacou a perpetuação da violência de gênero sob o disfarce do cuidado, enquanto Flávia Máximo trouxe à tona a discussão sobre direitos das mulheres e como o gênero pode ser uma ferramenta de opressão e privilégio.
O evento reforçou a importância de reconhecer e valorizar a diversidade de gêneros e experiências individuais, contribuindo para um debate mais robusto e o combate efetivo à opressão de gênero. O CRA LGBT+, apoiado pela Prefeitura de Ouro Preto e vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania, continua a ser um espaço vital para a inclusão e o acolhimento na comunidade.