O acidente vascular cerebral (AVC) permanece como uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil. De acordo com especialistas do Hospital Santa Catarina – Paulista, cerca de 90% dos casos estão relacionados a fatores de risco modificáveis, como hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, sedentarismo, obesidade e consumo de substâncias ilícitas.
O neurocirurgião Hugo Doria, MD, PhD, alerta que o controle da pressão arterial é o fator mais negligenciado, embora seja o mais eficaz na prevenção. A hipertensão, por ser silenciosa, exige acompanhamento médico contínuo e adesão ao tratamento. Além disso, a fibrilação atrial, arritmia que pode gerar coágulos, é uma das principais causas de AVC isquêmico, o tipo mais comum. O uso de anticoagulantes, quando indicado, reduz significativamente o risco.
Já o AVC hemorrágico, causado pela ruptura de vasos cerebrais, pode ter origem em lesões como aneurismas e malformações arteriovenosas. Essas condições podem ser diagnosticadas preventivamente por meio de check-ups neurológicos, semelhantes aos cardiológicos.
Outro ponto crítico é a recorrência. Pacientes que abandonam o tratamento da hipertensão, não controlam o diabetes ou mantêm hábitos nocivos têm risco elevado de sofrer novos episódios. O especialista reforça que “tempo é cérebro”: reconhecer os sinais clássicos, como sorriso torto, fraqueza em um lado do corpo e fala arrastada, e acionar o SAMU pelo número 192 imediatamente pode definir o sucesso de terapias como a trombólise.
Embora o risco aumente com a idade, o AVC tem atingido adultos mais jovens, impulsionado por fatores como obesidade, sedentarismo e uso de drogas. A prevenção, segundo o especialista, passa por políticas públicas eficazes, incentivo à atividade física e ampliação do acesso a centros de referência capazes de realizar trombólise e trombectomia dentro da janela terapêutica ideal.
As sequelas do AVC podem ser revertidas com atendimento rápido e reabilitação multidisciplinar, incluindo fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e acompanhamento neuropsicológico. O cérebro possui capacidade de adaptação, especialmente nos primeiros meses após o evento.
Por fim, o especialista reforça que o diagnóstico precoce de doenças cerebrovasculares e o comprometimento com a reabilitação são os pilares para mudar a trajetória de quem poderia ser mais uma vítima.
Sinais de alerta para o AVC:
- Sorriso torto
- Fraqueza em um lado do corpo
- Fala arrastada ou incompreensível
- Urgência: ligue 192 imediatamente
Principais fatores de risco:
- Hipertensão arterial
- Diabetes
- Colesterol alto
- Tabagismo
- Sedentarismo
- Obesidade
- Consumo de álcool e drogas ilícitas.




