Ouro Preto Mg = Uma polêmica envolvendo a realização do aguardado show “Diferentão 2” do cantor Dilsinho, em Ouro Preto, ganha destaque nacional após uma decisão da Justiça Federal determinar a suspensão do evento, marcado para hoje, domingo (10). A situação desencadeou uma série de reações, incluindo a manifestação do cantor, comerciantes e a revolta dos fãs que planejavam comparecer ao espetáculo. A Prefeitura de Ouro Preto, mesmo após a decisão judicial, insistiu em manter o show, mas sem êxito e até o presente momento sem se manifestar.
O Agito Mais procurou a prefeitura e aguarda um posicionamento, mas segue sem respostas.
A Justiça Federal de Minas Gerais ordenou, no sábado (9), o desmonte da estrutura montada na Praça Tiradentes. A ação envolveu a mobilização da Polícia Federal e da Polícia Militar para cumprir a decisão judicial.
O cantor se manifestou em suas redes sociais, demonstrando tristeza em relação ao ocorrido. Segundo Dilsinho, a ideia de realizar o show em Ouro Preto surgiu após um show realizado na cidade em julho, durante as comemorações do aniversário da cidade. A energia do público e o carinho recebido o inspiraram a querer registrar um novo encontro com os fãs na cidade histórica.
Após investigações e contatos com a Prefeitura de Ouro Preto, ficou acertado que o evento ocorreria no dia 10 de setembro, durante a semana da Independência, uma data importante para a cidade e para a história do Brasil. Dilsinho e sua equipe iniciaram os preparativos para o show, mobilizando profissionais e parceiros locais.
A organização garante que todos os trâmites burocráticos, documentações e autorizações necessárias foram devidamente cumpridos, incluindo as normas legais da cidade e as recomendações das autoridades locais. A montagem da estrutura do palco só começou após a aprovação da Prefeitura.
No entanto, a polêmica teve início quando Ministério Público Federal e Ministério Público de Minas Gerais recomendaram a suspensão do evento, alegando que a organização não possuía autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a realização do show.
A Justiça Federal emitiu a decisão que levou à suspensão do evento, destacando a ausência de um Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico (PPCIP) no local, ocorrências recentes de curto-circuito durante festividades e a falta de autorização do Iphan.
O juiz João Batista Ribeiro também alertou para o risco de incêndio na Praça Tiradentes, local escolhido para o show, que é um marco histórico importante para a cultura nacional. A decisão judicial impôs uma multa de R$ 1 milhão em caso de descumprimento, além da possibilidade de responsabilização por crime de desobediência e outros crimes ambientais.
A assessoria jurídica de Dilsinho afirmou que nem o cantor nem seus empresários foram oficialmente intimados da decisão judicial e que a produção seguiu todas as orientações legais da Prefeitura Municipal de Ouro Preto. Eles expressaram a intenção de cumprir quaisquer exigências necessárias para que a apresentação artística possa ocorrer no futuro.
A polêmica em torno da suspensão do show de Dilsinho em Ouro Preto continua a gerar debate sobre a preservação do patrimônio histórico e a realização de eventos culturais na cidade.